O Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Serra Gaúcha (CISGA) promoveu no dia 29 de janeiro de 2025 a 1ª Conferência Intermunicipal do Meio Ambiente que teve como tema central “Emergência Climática: O Desafio da Transformação Ecológica”.
O evento ambiental ocorreu no Campus da Universidade de Caxias do Sul (UCS) em Bento Gonçalves, e reuniu representantes sociedade civil, setor privado e setor público dos municípios pertencentes ao CISGA contou com a participação de 170 pessoas inscritas.
Na abertura do Conferência, a presidente do CISGA e prefeita do município de Santa Tereza, Gisele Caumo, agradeceu a presença de todos que atenderam ao chamado para fazer a discussão sobre os cinco eixos temáticos da Conferência: Mitigação, Adaptação e Preparação para Desastres, Transformação Ecológica, Justiça Climática e Governança e Educação Ambiental.
Ela lembrou que no mês de setembro de 2024, quando ocorreram as primeiras enchentes, a principal solicitação junto aos governos Estado e Federal foi por investimentos em projetos de prevenção.
Gisele Caumo entende que os projetos exigem planejamento técnico da engenharia, mas é necessário que também observem as questões ambientais.
“Essa conferência, com a união de todos os municípios buscado soluções, apresentando demandas e também dialogando sobre as situações específicas de cada comunidade possibilita fazer com que todas as teorias se transformem em ações práticas que repercutam num futuro melhor e que possamos fazer parte da construção de uma sociedade sustentável principalmente para as futuras gerações”, finalizou.
Também presente na abertura do evento, o Sub-reitor da Universidade de Caxias do Sul (UCS) – Campus de Bento Gonçalves/RS, Fabiano Larentis, disse que a UCS é parceira da Conferência e tem como missão promover a formação integral das pessoas por meio da produção do conhecimento para o desenvolvimento sustentável. “Ficamos muito satisfeitos com essa iniciativa porque vem ao encontro da nossa missão que é proporcionar que a academia seja participante do debate sobre um tema tão relevante considerando a emergência climática”, frisou o sub-reitor.
O painelista Juliano Rodrigues Gimenez, diretor do Instituto de Saneamento Ambiental (ISAM) contribuiu com o debate no eixo Mitigação. Ele destacou a importância do movimento regional sobre o tema. “Tratamos entre outras questões sobre como é possível trabalhar sobre o abatimento do carbono total na região trazendo soluções que sejam compatíveis com a realidade dos municípios, aliando desenvolvimento sustentável na sua forma mais ampla ao desenvolvimento econômico ao mesmo tempo”.
Cristiane Bandeira da Silva, secretária Municipal do Meio Ambiente do município de Gramado (RS) que foi painelista do eixo Adaptação e Preparação para Desastres afirmou que foi uma troca de experiências muito importante e que vai possibilitar conduzir cada vez mais as cidades a se tornarem resilientes e preparadas ao enfrentamento dos desastres naturais que possam ocorrer.
A professora Gisele Cemin, graduada em Ciências Biológicas (UNIVATES) e Geografia (UCS), com mestrado e doutorado em Sensoriamento pelo Centro Estadual de Pesquisas em Sensoriamento Remoto e Meteorologia da UFRGS considerou que a realização da Conferência é um momento de muita importância porque debate sobre estratégias que visam a mitigação dos efeitos da emissão dos gases de efeito estufa que envolvem todas as questões de mudanças climáticas.
Ela tratou sobre o eixo Transformação Ecológica, onde foram discutidos e trabalhados assuntos relacionados a ecologia, a transformação ecológica, economia circular, mudanças do uso combustíveis fósseis para alternativas limpas, renováveis, como energia eólica e solar, entre outras.
A Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade de Caxias do Sul (UCS), Mestre em Direito pela UCS e Membro do Grupo de Pesquisa "Direito Internacional, Mar e Mudanças Climáticas (DIMCLA)" vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade de Caxias do Sul, Anna Gabert Nascimento, tratou sobre Justiça Climática. Ela salientou que o eixo é de relevante importância porque busca proporcionar à população o sentimento de igualdade, visto que o clima é para todos e deve ser estável. “Precisamos apresentar propostas, planejar e a partir disso trazer novas soluções tanto para a sociedade civil como para os governos”, destacou
A Doutora e mestre em direito, especialista em direito ambiental, Vanesca Buzelato Prestes, tratou sobre Governança e Educação Ambiental e saudou a realização do evento, especialmente por ser promovido por um Consórcio que trata temas de políticas públicas e dentre os quais o meio ambiente. Lembrou que a região da Serra Gaúcha foi severamente atingida por enchentes no ano de 2024 e tem muito a trabalhar nos eixos de adaptação e mitigação sobre efeitos das mudanças climáticas numa perspectiva regional e de interesses comuns dos municípios e isso tem a ver com Governança.
“Espero que trabalhar esses temas, trabalhar educação ambiental como um eixo transversal através dos debates colocados gere importantes resultados para definições para a região da Serra”.
Para o Coordenador da Câmara Técnica do Meio Ambiente do CISGA, Nestor Zanonato Filho, a Conferência se reveste de importância em função dos desafios climáticos que a região e o mundo estão enfrentando. “Importante discutir, pensar em mitigar e apresentar propostas para o estado e buscar soluções preventivas, evitando assim novas catástrofes climáticas”.
As 10 propostas aprovadas na Conferência Intermunicipal serão levadas para o debate na Conferência Estadual do Meio Ambiente, que ocorrerá nos dias 11 e 12 de março de 2025, em Porto Alegre.