O município de Paraí celebrou neste domingo, 09 de julho, 58 anos de emancipação política. O decreto de emancipação foi assinado pelo então Governador do Estado do Rio Grande do Sul Ildo Meneghetti. Paraí tem uma população de 7.800 habitantes.
Na programação de aniversário foram realizadas o XV Filó Italiano no salão paroquial, missa na paróquia São Brás, 1ª Rústica e caminhada de Paraí, apresentações artísticas e feira do Artesanato.
O território que hoje forma Paraí, por volta de 1880, pertencia a fazendeiros do município de Lagoa Vermelha. Eram proprietários das terras; Afonso Dias, Máximo Subtil de Oliveira, Mauricio Nunes de Assunção, Crispim Dias, entre outros.
No início de século XX, colonizadores como Jacó Simon, Caetano Bellincanta e Henrique Lenzi adquiriram parte dessas terras, dividindo-as em lotes menores, que foram vendidos aos imigrantes. A partir de 1903, inicia-se o processo de ocupação do território com a vinda de imigrantes, especialmente italianos; mas também vários portugueses e alguns alemães e poloneses.
Muito antes da chegada dos imigrantes, essas terras eram habitadas pelos indígenas. Possivelmente pelos índios Coroados, que tinham o pinhão como um de seus principais alimentos. A presença indígena, no território que hoje forma Paraí ficou comprovada através de diversos vestígios deixados por eles, como: pedras polidas, pontas de flechas e pedaços de Cerâmica.
Quando os imigrantes começaram a chegar a Paraí, já não havia mais índios nas matas; entretanto, habitavam esse lugar diversas famílias de caboclos (luso-brasileiros) vindos, provavelmente, da região de Lagoa Vermelha. Moravam em pequenos ranchos e viviam da caça, pesca frutos do mato e também do cultivo de pequenas roças de milho, feijão e mandioca.
Data de 26 de dezembro de 1906, a chegada a Paraí do casal Mateus Dal Pozzo e Giacomina Lorenzet, com seus filhos Maria e Antonio. Vieram de Nova Pádua, trazendo seus pertences no lombo de mulas, numa viagem que demorou cinco dias. A partir de 1910 famílias de imigrantes italianos começaram a chegar em grande número. Na década de 1930 vieram algumas famílias de origem polonesa, sendo que a primeira polonesa a se fixar em solo paraiense foi Francisca Reszka, que estabeleceu-se em 1914 junto com o marido, o alemão Clemente Furrer.
Tudo neste lugar estava por fazer. Nem estradas existiam, havia apenas picadas, abertas em meio a mata, onde passavam somente pessoas e mulas.
Os imigrantes que aqui se fixaram, ergueram em 1914 a primeira Capela. Era em honra a São Brás e foi construída no mesmo lugar em que hoje está a atual igreja Matriz de Paraí. A obra foi feita com tábuas serradas manualmente e coberta com tabuinhas. Em 1916, foi construído, também de madeira, o Campanário que media 15 metros de altura. Nele foi colocado um sino de aço vindo da Alemanha.
Origem do nome "Paraí"
Existe mais de uma versão sobre o surgimento do nome Paraí. A mais conhecida é a de que em 1912, um pequeno grupo de imigrantes acompanhados pelo agrimensor Sizínio Kursel e chefiados pelo colonizador Henrique Lenzi, realizavam o traçado urbanístico do centro do lugar. Todavia, os trabalhos tiveram que ser interrompidos, por causa da forte precipitação de neve. Devido à circunstância, o grupo concordou em batizar o lugar com o nome Para-ahí, (escrevia-se Parahy) que correspondia a situação vivida por eles naquele momento. Parados e imobilizados pela abundante neve.
Em 1932, quando o lugar foi desmembrado de Lagoa Vermelha e passou a ser quinto distrito de Nova Prata, houve uma mudança de nome de Parahy para Flores da Cunha. Tendo em vista que havia outro município com o mesmo nome, em 1938, foi retomado o nome Parahy. O batismo definitivo com a atual grafia ocorreu em 1943.
Conhecendo Paraí
A agropecuária, o comércio, a indústria e o basalto, rocha empregada em construções e que é comercializada até com indústrias estrangeiras, são as principais fontes econômicas de Paraí. As propriedades rurais são minifúndios policultores, com área média de 13,8 hectares.
O milho é o principal produto cultivado da região.
Principais atrações turísticas:
- Festival do leitão e do pudim
- Igreja Matriz São Brás
- Painel Paraí
- Cadeira Gigante